segunda-feira, dezembro 24, 2018

Peaches En Regalia *




*Carta ao Pai Natal.

Tinha na minha ideia como ia começar esta carta, mas hoje, decidi começar de outra maneira.

Estou farto de pensar e não consigo encontrar uma lógica para o que acontece...  Muitas das vezes uma pessoa pensa e não encontra um fio condutor.

Já lá vai o tempo de dizer o que penso, mas aqui vai:

Não tenho pena de mim.

Tenho pena de ti. Tenho pena por não estares presente na minha vida. Tenho pena que não me conheças. Tenho pena por não estares aqui para ver a pessoa que me tornei, no bom e no mau. Tenho pena por não teres estado nos momentos felizes da minha vida. Tenho pena por não teres estado nos momentos tristes da minha vida. Por não me teres ajudado, por não me teres criticado, tenho pena por ti. É por isso que tenho pena de ti. É por isso também que não estou minimamente importando contigo.

Quando em resposta, disse: digo que ele morreu. Ias mentir, portanto? Não, não ia!

Não, não digo que não me poderá custar. Mas digo que não importa mais!

Havia algumas coisas que gostava de dizer, não eram boas, por isso, não vale a pena. Também poderia querer dar um belo de um sopapo no “fúcinho” (aquele enfase), mas poderia não conseguir parar, por isso, não vale a pena.

Das perguntas da mãe às conversas íntimas que surgem de nada, é como se uma tempestade de outro tempo se tratasse. Entre campos e praias...
É como se não existisses. Não sinto culpa. Disso não. Não sinto tristeza. Não sinto dor. Sinto pena. Só pena. De ti!

Então porque raio estou eu a fazer isto? Porque é Natal! Porque está quase no final do ano e eu quase flipei em Novembro.

Porque gostaria de deixar uma despedida. Bem sei que o que escrevemos no agora quase nunca perpétua no tempo.

Mas é isso. Isto. Uma despedida.

V.

domingo, agosto 19, 2018

Montreal poeira e outras merdas. Pinguins azuis Yves Klein

Ataxia | s.f. | 
1. Incoordenação patológica dos movimentos do corpo.
2.Desordem dos fenómenos psicológicos.
3. Supergrupo rock/experimental.

Esta é a definição de ataxia fornecida pelo dicionário online da priberam e ponto 3. definição dada por mim. A titulo futuro, acontece que, com a desorganização caótica do meu cérebro, há coisas que não consigo controlar. Muitas das vezes o limite é tão difícil de perceber. Os pensamentos são mais difíceis de fixar e aí encontro alguma paz. Pior é que isso faz mal ao meu ser e… aos outros meus seres. As coisas que não conseguimos abdicar perseguem-me por largos momentos. O difícil que é falar... e ninguém percebe porque faço o contrário muito bem. Talvez pensem que faz parte de mim mas a verdade é eu não sou assim, que não faz parte de mim. ao longo dos tempos fui perdendo bocados de mim por aí e inventando outros.

Talvez seja isso que incomoda os meus seres. Não creio que sinta, normalmente inveja. Não invejo quase nada nem ninguém. As vezes falo em ter ou querer, ou querer ter, e acabo por à posteriori, perceber que não sinto muita inveja do "quem" tem… isto é: posso querer alguma coisa, como um Aston Martin, mas não invejo as pessoas que o têm. Isto por norma. Acontece-me com algumas pessoas alguma dessas coisas, não pelo que atingiram mas o que são perante as situações. Isto é: gostava de saber exatamente o que quero, e o que podia fazer para conseguir isso, em vez de desgarrar todas as atitudes e decisões, apesar de pensar nelas até à exaustão. Ou ser impulsivo e fazer e depois pensar naquilo que fiz até à exaustão.

Uma vez saí de um filme a chorar. Não sei se já o disse ou escrevi, mas um dia “parou-me de repente o pensamento”. Nunca tinha entrado tanto num filme. Foi como se não soubesse o que fazer. Como se pudesse, a minha vida, poder vir a sentir aquilo.

Hoje os meus músculos pararam. Ainda não parei para pensar bem no que aconteceu o que possa vir a acontecer, continuo a vaguear pela noite, pela incerteza e pelo fugaz.

O problema da lacuna da contemplação nunca se me tinha sido colocada antes. Contemplo rápido de mais e obrigo o meu cérebro a tomar uma decisão ali, naquele espaço e tempo de vazio. Detesto vazios.

Dizem os Sábios


Dizem os sábios que já nada ignoram
Que alma, é um mito!...
Eles que há muito, em vão, dos céus exploram
O almo infinito...
Eles, que nunca achavam no ente humano
Mais que esta face
De ser finito, orgânico, o gusano
Que morre e nasce,
Fundam-se na razão.
                E a razão erra!...

Quem da lagarta a rastejar na terra
Pode supor,
Sonhar sequer, que um dia há-de nascer
A borboleta, aquela alada flor
Matiz dos céus?
Sábios, achai em vão o pode ser
Saber... só Deus.

O homem rasteja, semelhante ao verme
Por que não há-de a paz da sepultura
- Quanto labor sob a aparente calma!
Servir d'abrigo àquele ser inerme,
De que há-de um dia após tarefa oscura
Surgir vivaz, alada e flor, a Alma.


Ângelo de Lima, in 'Antologia Poética'

sábado, agosto 04, 2018

Gaivotas em terra...

As coisas vão acontecendo…  

este ano isto, aquele mês aquilo, o outro natal não-sei-que-mais e puff passaram assim uma dúzia de anos com dias, uns iguais aos outros, com um ou outro apontamento de maior a acontecer quando calha. E este ano parece que as coisas teimam em não correr lá muito bem...

Que tal para um texto por ano? Chegava ficar por aqui para poder deitar cá para fora o que se passa: Chegava!

Até porque se formos honestos, maior parte das coisas como que nos aborrecemos, não têm o mínimo de importância. Mas não é a vida um composto de pequenas coisas sem importância? Se calhar até é!
Há uns tempos estava a ler uns textos que tinha escrito para colocar aqui. Eram peças de literatura fantástica! Dignas de um Bob Dylan! (lá está, uma daquelas coisas sem significância de maior). Mas eram textos lindos (riso). Em suma : não havia uma merda de linha que se aproveitasse (e este está a ir pelo mesmo caminho) e primeiro pensei: “que merda é esta?”; depois disse : “fodasse!”. Para perceberem a velocidade de raciocínio, entre uma coisa e outra, comi uma bolacha enquanto não se passava rigorosamente nada na minha cabeça! (esta é a parte em quem me conhece sabe que, se calhar, isto que estou a escrever não é verdade).

Então porque é que eu não os publiquei? Nem eu sei… talvez por pensar que se calhar não fazia sentido! Não haveria de ser assim tão importante estar a escrever sobre as moscas do oeste ou sobre lixo (Nota para o futuro eu: escrever sobre lixo) . Mas também não os apaguei. ‘Estranho’, diz II. Então, agora, que pensei sobre isso, talvez essas baboseiras tivessem sentido. Não o sentido que as conhecemos mas talvez de um modo que não conseguimos explicar. Talvez não devesse deixar morrer o adolescente que há em mim! Mas agora devia mesmo começar a pensar nas merdas que faço (nota para o futuro eu: andas a dizer isto há demasiado tempo e não fazes rigorosamente nada para mudar as merdas que sabes que podem vir a acontecer derivadas de não pensares como-deve-de-ser nas merdas).

Então e este texto é para que? Mais uma quantidade enorme de porcaria sem jeito nenhum, confusa, sem fio condutor, sem plano, sem futuro, sem uma vontade maior que me leve a algum lado. Exacto : até agora, este texto não é rigorosamente nada. E talvez seja disso que preciso: mais uns quantos “nadas”.

Para o “prestige” : 

Hoje devia ser um dia feliz para mim. Não é todos os dias que se faz uma coisa que realmente queria. Juro que o que mais gostava era de estar mesmo feliz! É um dia importante, um dia que devia expugnar a minha alegria e contagiar todos em meu redor com uma aura de paz, harmonia e felicidade… e aparentemente não parece que isso tenha acontecido. Se calhar querer uma coisa sem um plano não passa de uma parvoíce, de uma coisa sem jeito. É tão fácil querer… difícil é crer. E eu, as vezes nem uma coisa nem outra!

Este texto foi começado a escrever no dia 1 de agosto mas só hoje o terminei. Acho que foi preciso perder a calma para ter a calma de poder voltar a escrever e acabar alguma coisa que tinha começado.
Há alturas do ano que nos são mais difíceis e outras mais fáceis… apesar de ter querido muito uma coisa e de estar feita, acabo por não a usufruir na totalidade. Faltam algumas peças que nunca poderão estar presentes nas alturas que nos devíamos sentir realizados. Enfim… de que vale pensar nisso?

Durante meses pensei o que fazer com este blog.

Deixa-lo ficar num momento no tempo? – num post qualquer no dia do meu aniversário e nunca mais abrir a sua pagina. Isto era impossível… um dia ia voltar a escrever (riso)

Apaga-lo “ad aeternum”? – mais impossível ainda.

Em suma: desistir está fora de órbita.

Então o que fazer? Decisões, decisões, decisões… tão bom que sou nesse campo. Então o que fazer?
Resposta: fazer um texto no dia um de agosto para expulsar a dor pelas pontas dos dedos, respirar fundo e focar-me. Criar, modificar, imaginar, sonhar, trabalhar e … “trata-lo bem!”

Estes foram uns dias difíceis, foram! Estes vão ser dias difíceis…. Mas há coisas que nunca vão mudar.

Parabéns atrasados.

Namastê
X

sábado, maio 12, 2018

Desde quando sabes pelo que estas a lutar?




Pois, o macaco não morre e hoje aquilo que quero dizer é que: o silencio em alguns casos é sempre a melhor solução. Quando tudo falha se calhar o melhor é ficarmos calados. *


*Ou talvez esteja só cansado de pessoas.

sábado, março 10, 2018

Foi um do ano passado



e ao anoitecer adquires nome de ilha ou de vulcão 

deixas viver sobre a pele uma criança de lume 
e na fria lava da noite ensinas ao corpo 
a paciência o amor o abandono das palavras 
o silêncio 
e a difícil arte da melancolia

Al

sábado, março 03, 2018

MIlvl3v5




Don't you know, don't you know 
That it's wrong to take what is given you 
So far gone, on your own 
You can get along if you try to be strong 
But you'll never be strong cause

sexta-feira, março 02, 2018

PBIl.3v4


segunda-feira, fevereiro 26, 2018

Moy4

domingo, fevereiro 25, 2018

Moy3

Sirenes

Foram só sirenes.
Nos fomos atrás das sirenes.
Só sirenes.
Empurraram-nos para longe.

Sirenes.