sábado, janeiro 31, 2015

Trás a tua carroça e vamos coloca-la, amavelmente e suavemente, em frente do burro!

Naquele dia estava frio. Estava um frio mortiço, apesar de gélido era suportável. Nas mãos nuas sentia o corte aquando a passagem do vento. Acontecia como quase sempre no sítio onde estava haver vento, e havia vento! O vento transformava o frio em cortante, navalhas voadoras, durante os breves instantes em que esse próprio vento, constava ser constante em aparições, aparecia e empurrava contra mim a sua pequena ira momentânea. Tinha ido ali sem uma qualquer razão aparente. Os mais crentes podem chamar-lhe destino mas eu chamo coincidências. Tinha descido o caminho tão bem por mim conhecido, em direcção ao meu objectivo, que naquele dia, por um mero acaso, não o era. Talvez tenha de ser mais crente para poder chamar de destino ao próprio destino. Talvez tenha de ser mais corajoso para poder faze-lo de ânimo leve! Naquela tarde, de voltas trocadas, viro costas aquilo que fui ali fazer e ao descer as escadas detenho-me com o vento a cortar as minhas mãos em vagas constantes.

Olho para ela pela primeira vez… a poucos degraus do fim da escadaria olho-a! Estava sentada numa cadeira cinza-azulada que jazem em um sem número por aqueles lados. Detenho-me a olhar fixamente para ela. De mãos entrelaçadas por cima das pernas olhava fixamente o sol a desvanecer no horizonte recortado por nuvens. As nuvens pareciam recortes feitos por uma criança, infantis e descuidados, lindos e puros como se um salpico divino polvilhasse aquele cenário com tons de amarelo e vermelho de esbranquiçados fiordes voadores.

Ela continuava a olhar aquele cenário maravilhosamente dantesco de belo. E eu… eu continuava a olhar para ela. Tão bonita e singela.

Sento-me no degrau por baixo de mim e olho para onde ela olha. Penso no destino e no caminho. Penso nela, ali sentada uns metros em altura de mim. Estava no pedestal. Naquele pequeno sitio onde nunca iria conseguir chegar. Olho-a mais uma vez. Desta vez ela olha-me de volta e sinto um arrepio que nenhum vento ou frio ou mais frio ainda me possa causar. A gélida sensação de um dia poder ser eu desvanece e faz o arrepio ser ainda mais estrondoso. Faz-me medo mas fico a olha-la directamente encarando-a e enfrentando todo o meu medo. Enfrento e toda a minha epiderme se enche de eletricidade estática suficiente para mover toda a natureza há minha volta. Talvez seja isso enfrentar o medo! Talvez seja assim que as pessoas ficam quando já não há mais nada a não ser o pânico e que nos leva a não nos mexer. E não me mexo. E continuo a enfrenta-lo, a enfrenta-la, no que foram certamente os 10 segundos mais longos da minha curta vida. Baixo a cabeça ainda na direcção dela como um sinal de reverência a uma rainha. Rodo a cabeça em direcção ao espetáculo, ao outro espetáculo que não ela. Talvez tenha sido nesse dia que fiquei triste e que percebi que teria de ficar triste por mais uns tempos para poder aperceber-me de que podia ficar triste sem ficar triste, talvez aí tenha percebido o quão fui feliz e o quão podia e posso continuar a ser feliz. Talvez. Fico até ser de noite sempre a olhar em frente sem ter de ter de a enfrentar mais. Com o breu da noite já por todo o lado levanto-me e sigo o meu caminho. Por fim, lanço o olhar para o sítio onde a rainha se encontrava… onde já não se encontrava mais. Terei imaginado tudo?

quarta-feira, janeiro 21, 2015

Prece!

Querido Deus… bem sei que não falamos há uns belos tempos e não te peço assim nada ainda há mais tempo do que aquele que não falamos. Sei que lês o meu blog por isso desta vez venho aqui fazer um pedido. O pedido não é nada de extraordinário. Não é o euromilhões ou um cavalo, nem uma mulher bonita na minha vida ou um telemóvel novo, não é paz no mundo ou que as catástrofes naturais não matem muita gente. Neste momento o meu pedido é que aquele disjuntor parvo se aguente e que eu me aguente a mais este problema sem quebrar! Ajuda-me a não quebrar hoje. Bom já que estou nisto… espero que não tenha criado nenhum problema e se pudesses ajudar-me nisso também era mesmo bom. Recapitulando, faz com que não haja nenhum problema. Se me ajudares desta vez eu prometo que me transformo num bom menino! Sabes bem que o sei ser e que ando só um bocado perdido mas que sei ser um bom menino. Por isso, se me ajudares desta vez eu transformo-me num bom menino, escrevo-te mais vezes, vou a Fátima e meto lá uma velinha e só para terminar e para veres o quão empenhado estou, corto a minha barbicha! Vês como estou empenhado Deus? Eu não me importo de implorar por isso, só pela via das dúvidas: Vá lá, vá lá, vá lá!  

domingo, janeiro 18, 2015

Ele tem com cada coisa e depois até vai dar de comer aos cavalos!

Olha lá: acho que estás aí no meu sítio. Esse lugar é meu por isso baza. Estava a lembrar-me aí de que tu não precisas de mim para nada. Mas estás no meu lugar. Achas que me podes ligar? Já que isso é assim. Deixo-te adormecer e depois penso o que o porque raio decidiste ficar aí?, no meu lugar.

Eu tinha aqueles óculos e tu tinhas aquele carro. Quase que me lembro como se fosse hoje. Só não me lembro de mais porque aquela noite aparece em flashes. Bom, mas sei que estavas no meu lugar. Disso tenho eu a certeza.

Ora, tu pensas que fazes doer? “agora não me toca!”. O Anselmo Ralph é o filosofo do século xxi. Acho que ele está lá! Porque para ti sou sempre o vilão e agora não me toca!

Oh baby, não foi falta de aviso e agora não me toca. E digo mais. Só mesmo por causa das coisas. Já não quero saber do teu amor. Porra e o carinho que eu te dei e essas merdas?

Agora vejo que foi em vão. Deixa ir.

Eu podia dizer que estava á tua espera no parque de estacionamento. Mas estava a ouvir aquela kizomba no carro e a pensar se entrava no baile de kizomba. Andava nas lições a dançar com aquelas miúdas lá da amadora. Oh e agora cada vez que penso que vais ao salão e sei que vais estar no balão. As lembranças não ajudam na cicatrização.

Oh… que se foda a isto e ja que estou a ouvir o Anselmo vou entrar no baile. Dançar e suar até de manha. Daqui a bocado estou a ouvir Agir.

sexta-feira, janeiro 16, 2015

Táaaa bem:

Vacas Nazis:

Juro que não é um título de um filme porno! Se bem que o poderia ser. Ou quiçá uma qualquer ofensa à mãe de qualquer um de nós ou ainda a alcunha de um presidiário fascista que deixa qualquer um comer-lhe o cú. Qualquer destas hipóteses era extremamente valida não se tratasse este texto mesmo de vacas, tipo bovinos com cornos à séria e tudo!

Adoro que as experiencias do senhor Terceiro Reich nos tenham trazido até aos dias de hoje vacas transgénicas. O senhor não queria só que a raça (humana) ariana fosse a melhor queria também que todas as raças da Alemanha fossem as melhores. Bom e nada melhor do que “ciar” uma nova/velha raça de touro para usar como propaganda do partido Nazi. É caso para dizer “Ah fodasse!!”! Bom o “home” era mesmo completamente chanfrado dos cornos. Expressão que se adequa perfeitamente estando eu a falar de vacas.

Bom, no artigo que li, estava a explicação de que o senhor do bigode, (cujo-nome-não-pode-ser-dito) queria fazer voltar uma espécie de bovino que Júlio César comparava a elefantes e que estava extinto desde o sec. XVII (ou parecido). Então e o que têm (ou tinham visto que entretanto mataram todas ou quase todas estes animais) de diferente das outras vacas, pergunta o estimado leitor!? Estas vacas têm nada mais nada menos que… (suspense)… UNS CORNOS MAIORES!!! Bom… mas não é só isso, têm também uma agressividade maior assim como, segundo o senhor criador dos bichos, possuem uma carne saborosa! Eu cá acho que esta vaca fazia a saudação nazi e conseguia cantar músicas dos One Direction, usadas por o senhor Cujo-nome-não-pode-ser-dito-e-usava-bigode-e-não-era-o-Dali para torturar os judeus antes de os por a arder.

Pronto, é isso!

quinta-feira, janeiro 15, 2015

Vandalismo#4

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terça-feira, janeiro 06, 2015

Bolas de Berlim e almôndegas de mel:

No outro dia, o almoço da cantina foi almôndegas. Não o sabia até me sentar à mesa e olha-las de cima. Assim que reparei nelas, lindas e redondinhas ri-me. Fi-lo às gargalhadas até ter lágrimas de tanto rir a escorrerem-me pela cara. À minha volta todos me olharam, como um lunático que era e em que me tinha tornado! Comi as almôndegas com um sorriso na cara e pensei que poderia ir comer um doce, uma bola de Berlim. Uma daquelas do Pingo de Mel que eu tanto adoro. E sabem que mais? Para bem das minhas cáries… Fui mesmo! E não comi uma mas sim duas. Fim.

 

Talvez o ardente e sedento sentimento da dor me tenha feito ter dificuldades em dormir.

 

Hoje parece que estou melhor. Talvez hoje, esteja só triste porque estou melhor. Porque acabou a agonia de um ano passado. Hoje ficam as coisas boas. Hoje só tenho coisas boas dentro de mim. Talvez seja por isso que hoje estou meio triste. parece paradoxal mas… não é mesmo o que eu sou? Incerto e intensamente paradoxal e essas coisas más? A raiva é só logro das próprias cicatrizes. Aquele sabor azedo… aquele veemente cheiro a azedo ficou no ar durante horas. Mesmo assim, se estava ali hoje, é porque era mesmo bom!

segunda-feira, janeiro 05, 2015

Vandalismo#3

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domingo, janeiro 04, 2015

Lei de xú:

 

39 -  Nunca escolher lados!

sábado, janeiro 03, 2015

char·ro

adjectivo

1. Rude.
2. Grosseiro.
3. Vil.
4. Desprezível.
5. De pouca capacidade, sem valor.
6. Apoucado, chão, humilde, vulgar, corriqueiro (falando de estilo).

substantivo masculino

7. [Portugal, Informal] Cigarro de haxixe. = BROCA, GANZA, PICA
8. No México, cavaleiro com traje especial composto de jaqueta com bordados, calças justas, camisa branca e chapéu de aba larga e copa alta e cómica.

sexta-feira, janeiro 02, 2015

Catamarã a caminho do porto de Setúbal:

 

Um mês sem o meu amorzinho de estimação e é óbvio que eu não consigo viver sem ele… por isso cá estou eu de volta. Até nem tinha reparado que ele estava aberto ao público mas acho que me desleixei. Nestes últimos tempos as coisas não têm sido muito certas e a tempestade aproxima-se novamente e como deixei aqui o macaco, decidi criar um blog novo para poder não voltar aqui a este fundo preto de um programa. É quase doloroso poder olhar novamente as palavras brancas a aparecerem uma atrás da outra. Mas o que seria de mim sem a dor? Escusado será dizer que a criação de um novo blog não me satisfez. Ora, seria ainda mais dor não poder escrever neste fundo preto.

Este ano, não existe listas! Este ano não há coisas que tenho de deixar de fazer enfiadas em 10 pontos seguidos um ao outro. Este ano não há planos nem ideias de coisas que vou fazer de seguida. Este ano não há mais nada disso. E depois? Depois parece que não faz mesmo mais diferença… não vale mesmo mais a pena

a vida são dois dias e o mundo é uma ervilha

A vida é, quiçá venha a ter de acreditar, um destino feito de muitos pequenos destinos. E nós… nós somos uma manta de retalhos feita de cicatrizes.

Já disse que não ia fazer listas este ano? Se calhar já…

Bom, mas quero mesmo poder dizer a todos e mais alguns que tenham um feliz ano de 2015 e que para os que possam vir a conseguir, que seja melhor que o anterior. Eu cá… ao menos estou animado para tal feito!